
Hoje eu tenho que compartilhar o presente que eu recebi de aniversário. Sem desmerecer todos os presentes que recebi (e foram muitos e lindos). Nada poderia tocar tão fundo na minha alma. Um cartão. Escrito por amigas de infância que me conhecem, talvez mais do que eu. Segue um trecho:
"No último fim de semana fui assistir despretenciosamente, a uma "aula caipira" de dança flamenca. Nuca tinha visto ninguém dançar flamenco. Criei uma certa expectativa, mas não fazia idéia do que assistiria ali. E não é que tinha criado uma dança bem diferente em meu imaginário?! Sempre associei o flamenco a mulheres densas, tensas, mulheres que sofrem e explodem sua dor com intensidade proporcional à firmeza com que batem os pés, com que marcam o ritmo da sua dança. Mas não. Ao ver a dança de perto, senti muito mais do que isso. Não nego a intensidade de emoçoes que são exploradas nos olhares e gestos das bailarinas. Mas vi a paixão, o Pathos grego. A insanidade da paixão. A sensualidade. O desejo. E naquele instante, música, dança e cores se transformaram diante de mim em poesia. Vi as mulheres de Pablo Neruda. Era como se eu estivesse lendo um de seus poemas de amor. E de vida. Neruda fez isso melhor do que ninguém. Via na postura de uma lindíssima mulher, todas as mulheres de Neruda: um misto de delicadeza com que girava suas mãos e firmeza com que marcava o ritmo da sua dança. Kelly estava linda...Uma linda mulher, uma lindíssima amiga... Tive a certeza que se Neruda ali estivesse, cantaria á Kelly..."
Eu amo as poesias de Pablo Neruda.
Ganhei o livro Presente de um Poeta (Pablo Neruda ) de minhas queridas amigas Ana e Tati .
Ana conseguiu enxergar algo de mais íntimo que existe em minha alma, que é a dança. E não simplesmente a forma como esta dança se retrata, mas entendeu a minha relação com ela. E enxergou os sentimentos mais profundos de uma das coisas que mais amo fazer na vida.
Fico feliz por estar começando mais um ciclo de vida. Cheio de possibilidades.
Vou escrever de verde esse próximo ano.
Assim como Neruda escrevia suas poesias.
"Agora me parece que o homem não está só. Em suas mãos elaborou como se fora um duro pão, a esperança, a terrestre esperança."
Pablo Neruda
Vou escrever de verde esse próximo ano.
Assim como Neruda escrevia suas poesias.
"Agora me parece que o homem não está só. Em suas mãos elaborou como se fora um duro pão, a esperança, a terrestre esperança."
Comentários
Que emoção! Palavras, foto.. eres divina, amiga! Assim como Ana e Tati descreveram.
... palavras puras e honestas de alguém que imaginou uma coisa, viu outra e não se deixou levar pelo "pré-conceito".
E vc dança muito bem!!
Eu tb tinhamu!